quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O Rapaz e o Velho Maldito

 O Rapaz estava sentado na mesa do bar, desolado, bebendo uma cerveja vagarosamente, enquanto se recuperava do trago da noite passada. Nada melhor que uma cerveja no outro dia. Estava acabado e sem moral.
       A porta do bar faz um barulho terrível quando abre. O rangido é rancoroso. A porta abriu-se e fechou num estrondo forte. Sim, o dono do bar mantinha a porta do bar fechada durante o dia, atendia seus bêbados habituais que não arrumavam muita confusão. Entrou o Velho Bêbado Maldito e sentou-se ao lado do Rapaz.
       _ E aí seu chupa-pau – disse o velho ao Rapaz – está choramingando aí?
       _Vai se ferrar cara, pega uma cerveja.
       _Uma dose de whiskey, a de sempre – Disse o velho fazendo um sinal para o garçom. 
      O Rapaz continuou bebendo a cerveja em silêncio, e o Velho ao seu lado começou o seu whiskey. Secou sua dose dupla sem gelo. Pediu mais uma, agora com gelo, fazendo outro sinal ao garçom, então quebrou o silêncio:
       _Cara, tu tem que parar de ser um viado. Dá um jeito na tua vida. Nem beber tu bebe direito mais. Está sempre agindo como uma mulherzinha, isso acaba contigo. Tu não era assim. Vai se ferrar.
       _Vai se danar Velho Bêbado, você está certo.
       _É claro que sim. Eu sou velho mesmo, estou sempre certo, seu maldito. Agora vira essa cerveja e vamos beber de verdade.
        O Rapaz virou o copo de cerveja, secou e pediu duas doses de tequila, ascendeu um cigarro, deu um abraço no velho e disse:
       _Valeu man. Vou parar de me esconder atrás de meus problemas. Ninguém vai ter pena de mim, nem espero isso. Sei que isso não vai dar em nada, então, let’s go. Vamos beber.

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