segunda-feira, 12 de agosto de 2013
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
Eu não posso parar... Isso vai voltar!
Esperando passar a loucura
esperando que se vá
aquilo que sempre volta
pra infernizar e incomodar
As vezes por minha culpa
as vezes sei lá por que diabos
isso sempre incomoda
e isso não pode parar, isso vai voltar.
Então eu tenho que me segurar
antes que faça alguma merda
antes que fique bêbado de mais
e não possa voltar atrás.
Que merda.
Fuck you
Eu odeio quem vira um marica.
Eu odeio gente que suga a outra e deixa ser sugado.
Eu odeio quem vem com conversinha de amigo quando precisa de conselhos,
e quando vai fazer merda, nem avisa, de medo da reprovação.
Odeio covarde, que acima de tudo é conivente com toda a situação,
e depois vem reclamar de tudo isso.
Quem sabe? - 2
Quem sabe sejamos uns idiotas
com medo de dizer a verdade;
de que não valemos mais nada,
que não somos capazes de mudar a nossa situação.
Acho que daqui a pouco,
todos se conformarão, e sentirão
que nada podemos fazer,
a não ser fazer as coisas
que não queremos realmente fazer.
Eu ando desiludido com alguns dos meus maiores ideais.
Eu perdi a fé em alguns dos meus melhores amigos.
Perdi a fé, e não há nada que eu possa fazer por eles.
Perdi a fé, e não há nada que eu possa fazer por eles.
Meus heróis não apoiam mais, nem a própria causa.
Eu sinto que meu "clube" sou eu mesmo,
dentro da minha alma.
Sou a única pessoa realmente confiável.
O único que realmente conheço.
Meus sonhos vão morrer comigo e ninguém mais,
pois minhas palavras não tocam ninguém.
Pare de ler se não da a mínima,
não consegui arrastar ninguém.
Quem sabe ninguém mereça certas coisas
e só eu desfrutarei delas.
Ou eu sou só um cão solitário,
que fracassou até mesmo nisso.
Agora venho falar bobagem,
desperdiçando seus preciosos minutos.
Quem sabe?
Quem sabe você seja aquele cara sem rumo;
Aquele que continua um pássaro livre;
Quem sabe um dia suje suas mãos,
e quem sabe mesmo assim acabe se dando bem.
Mas quem sabe perda todos os seus amigos
e, quem sabe, todos ao seu redor,
E não há nada que você possa fazer.
Quem sabe ainda morra leal;
Quem sabe morra velho e problemático,
ou quem sabe fique para sempre jovem;
Jovem-velho-lunático;
Quem sabe morto-jovem-de-idade;
Quem sabe para sempre jovem,
até mesmo no caixão.
Quem sabe para sempre livre;
Um eterno pássaro livre
Freedom
Há um sentimento que arde dentro de nós
que sentimos até nos ossos.
Um sentimento que não pode ser ensinado,
nem aprendido, e que nunca irá mudar.
Algo que simplesmente foge da vida do indivíduo,
e de sua realidade, e que não importa onde estivermos,
sempre estará aí.
Diário de muitos dias
Preciso logo de uma fuga
longe de todos, apenas comigo
apenas de preto, sem vestir as cores
sem pena das flores, sem medo da estrada.
Sem medo de ir embora.
longe de todos, apenas comigo
apenas de preto, sem vestir as cores
sem pena das flores, sem medo da estrada.
Sem medo de ir embora.
As conclusões chegam aos montes.
A cada dia aumentam, me confundindo.
Melhor queimar? Ou se apagar aos poucos?Nunca saberei. Sempre pensarei.
Sempre se apagando, flertando com a ideia de queimar,
sempre haverá tempo enquanto houver uma fagulha aqui dentro.
Eu quero só sentir o vento,
quero retornar ao início.
Estando certo ou errado,
não importa.
A Caminhada de Jeff
Início: Como os personagens secundários, conheceram o personagem primário.
Jeff andava por aí.
Jeff andava cambaleando pelas ruas estreitas, e pelas largas também. Ninguém tinha piedade dele. Ele não pedia piedade, sabia que não valia piedade.
Uma vez passou pela frente da casa do Sr. Russell. O Sr. Russell era alto, forte, barba feita, loiro, 42 anos, barriga cheia, jornal na mão e família feliz. O Sr. Russell viu Jeff passando pela rua. Cambaleante. A rua era larga, e nada mudava o fato de que Jeff estava mais magro que semana passada, mais sujo, mais drogado e mais próximo da morte. Sem coragem para o suicídio, continuava caminhando.
Um dia passou pela oficina de caminhões da cidade. O mecânico e dono da oficina estava sujo de graxa, mas não como Jeff. O mecânico era forte e tinha bigode. Jeff não tinha um bigode, tinha apenas 16 anos, e alguns tocos e fios de barba espalhados pela cara.
Jeff andava cambaleante, mastigando um pão velho, e com um cigarro na mão. O mecânico ficou em frente aos caminhões, esperando Jeff passar, vagarosamente, caminhando praticamente como um zumbi. Ele nem percebeu o mecânico por perto. O mecânico ficou numa posição em frente a oficina, como quem defende o território, praticamente incomodado com a caminhada de Jeff, pensando em "que ele iria pedir". Mas Jeff não pediu nada. Ele não esperava piedade. Foi embora. O mecânico voltou para seus afazeres.
Meio: Como Jeff era insignificante.
A vida de Russell era a mesma uma semana depois, a do mecânico também. Jeff estava mais magro, considerando a semana passada. Mais magro ainda, considerando a retrasada. Estava também mais sujo, e mais próximo do morte. Ainda tinha medo do suicídio. Sentia sua vida lhe escapando e assim vivia numa espera sem fim para um dia terminar sua caminhada. Sabia que não podia parar.
Certo dia Russell passava de carro pela estrada principal que dava acesso a cidade vizinha. Lá estava Jeff caminhando. Caiu em um buraco, estragou o pneu. Foi a uma oficina, e encontrou o mecânico. Arrumou seu carro e seguiu em frente. Passou novamente por Jeff e pensou: "Como esse marginalzinho caminha hein..."
Fim: Como termina a caminhada de Jeff.
Outro dia, Sr. Russell bateu o carro em um carro que estava parado no meio da rua. Não foi nada grave "graças a Deus", pensou ele. Antes mesmo de sair do carro, ligou para o mesmo mecânico que consertara seu pneu da outra vez. Era seu mecânico particular. Chamou-o e desceu do carro furioso.
_Por que diabos esse carro ta parado aí?! Olha só o estrago que fez aqui!
_Por que diabos esse carro ta parado aí?! Olha só o estrago que fez aqui!
O outro carro estava parado, pois o motorista havia atropelado uma pessoa. Era Jeff. Mais magro, mais sujo, estendido ao chão, e agora não caminhava mais. Finalmente chegara ao fim de sua caminhada. Se ele se atirou em frente ao carro ou se foi atropelado, não se sabe. Só sabemos a conversa que Sr. Russell teve com o mecânico quando chegou.
_Esses marginais hein? Boa coisa não estava fazendo.
_Pois é. Andava bisbilhotando a oficina esses tempos atrás.
_Coisa séria. Será que morreu?
_Não sei, mas não vai fazer falta.
_Não sei, mas não vai fazer falta.
De fato.
O Rapaz e o Velho Maldito
O Rapaz estava sentado na mesa do bar, desolado, bebendo uma cerveja vagarosamente, enquanto se recuperava do trago da noite passada. Nada melhor que uma cerveja no outro dia. Estava acabado e sem moral.
A porta do bar faz um barulho terrível quando abre. O rangido é rancoroso. A porta abriu-se e fechou num estrondo forte. Sim, o dono do bar mantinha a porta do bar fechada durante o dia, atendia seus bêbados habituais que não arrumavam muita confusão. Entrou o Velho Bêbado Maldito e sentou-se ao lado do Rapaz.
_ E aí seu chupa-pau – disse o velho ao Rapaz – está choramingando aí?
_Vai se ferrar cara, pega uma cerveja.
_Uma dose de whiskey, a de sempre – Disse o velho fazendo um sinal para o garçom.
O Rapaz continuou bebendo a cerveja em silêncio, e o Velho ao seu lado começou o seu whiskey. Secou sua dose dupla sem gelo. Pediu mais uma, agora com gelo, fazendo outro sinal ao garçom, então quebrou o silêncio:
_Cara, tu tem que parar de ser um viado. Dá um jeito na tua vida. Nem beber tu bebe direito mais. Está sempre agindo como uma mulherzinha, isso acaba contigo. Tu não era assim. Vai se ferrar.
_Vai se danar Velho Bêbado, você está certo.
_É claro que sim. Eu sou velho mesmo, estou sempre certo, seu maldito. Agora vira essa cerveja e vamos beber de verdade.
O Rapaz virou o copo de cerveja, secou e pediu duas doses de tequila, ascendeu um cigarro, deu um abraço no velho e disse:
_Valeu man. Vou parar de me esconder atrás de meus problemas. Ninguém vai ter pena de mim, nem espero isso. Sei que isso não vai dar em nada, então, let’s go. Vamos beber.
O tempo não cura nada
A pior coisa é dizer que o tempo cura.
O tempo não cura nada.
Se você está melhor após alguns anos,
foi porque fez algo para mudar sua realidade.
Não foi a mágica do tempo.
Apenas olhe para mim, eu sou a prova viva
de que o tempo não cura nada.
Eu sou assim por tudo que aconteceu,
eu sou assim por tudo que continua acontecendo.
Eu tive que me virar, eu tive que sufocar,
tive que sacrificar parte de mim para ficar bem.
Sou a prova viva, você também.
O tempo não cura merda nenhuma.
Seria muita modéstia afirmar o contrário.
As coisas ruins ainda existem. Sim.
Nem mesmo procurando vingança
consegui curar alguma coisa;
nem mesmo estando por cima;
nada de significativo mudou.
Nem mesmo com a vingança declarada.
Então não me venham dizer que o tempo cura alguma coisa.
É a mesma coisa que dizer "foi porque deus quis assim".
É um conformismo. É baixar a cabeça para si mesmo.
É apenas você, seus amigos ou seus amores...
O tempo não cura porra nenhuma.
Minha própria terapia.
As vezes eu não me aguento, sério.
Imagino o quão duro é para vocês me aguentar.
Mas o pior é eu aguentando todos vocês.
Não me levem muito a sério, nem eu me levo as vezes.
As vezes sim, por isso, as vezes, me levem a sério também.
O grande truque consiste em manter a loucura do lado de dentro,
sem transformá-la em desequilíbrio.
É o nosso pequeno segredo.
É o nosso grande problema.
Não considero muito quem apenas consegue lidar com seus problemas.
Considero mesmo, aquele que pode tratá-los quase que totalmente em particular.
Sem deixar toda a merda visível.
Sem se mostrar o quão miserável é por dentro.
Sem dar o gostinho para os malditos inimigos.
Esse sim é homem, e esse vai manter sua honra.
As vezes nossa vergonha supera toda essa postura e aparece.
Acontece. Não deveria, mas acontece.
É complicado, mas o que precisamos fazer é encontrar nossos meios.
Eu encontrei o meu.
Posso guardar um monte de coisa,
meus "grandes pequenos" segredos idiotas,
que não fariam a mínima diferença na vida de ninguém,
mas nunca os compartilhei para ter certeza do que seriam capaz.
Assim são inofensivos e atormentam só a mim.
Sufoquei-os, apliquei um corretivo na minha mente.
Agora sinto a paz, como se fosse uma brisa interminável.
Sei o quanto fui, sou e serei idiota.
Isso me torna superior ao que era um minuto atrás.
Agora, realmente, sinto a paz.
Nesse momento, tudo é perfeito. Não venha estragar meu dia.
Obrigado.
Uma alma por um feriado
Dou minha alma por um feriado,
pois com um feriado, eu consigo mil almas.
Fico invencível, pois eu DURMO;
COMO;
LEIO;
ESCREVO!
Normalmente eu vivo me arrastando,
submetido e subjugado. Um merda.
No feriado eu sou meu próprio mestre.
Quase o Batman.
Mas quando fazem feriadão,diabos!
Não há explicação para o bem que isso me faz! hahaha!
É algo extra-terrestre, extra corpóreo. Abstrato!
É "coisa bonita de deus". Certo que sim, hahaha.
Só queria um pouco de tempo.
Era uma vez um cara que tinha pouco tempo.
Enquanto mais ele trabalhava,
mais tempo teria para poder viver.
Bueno, diabos.
Mas se ele parasse de trabalhar,
seu tempo acabaria,e sua morte seria imediata.
Então ele começou a trabalhar como louco
até com certo gosto.
Acontece que esse tempo ganho,
nunca ultrapassou o tempo de expediente.
Pois é amigo, o tempo é curto e o sistema usurpador.
Chupa seu tempo e sua vida como uma vadia profana.
O que fazer? Se entregar e subemeter-se?
Ou resistir e morrer com honra?
Diabos, eu sei lá.
Eu só queria salvar a cidade. Hahaha!
Enquanto mais ele trabalhava,
mais tempo teria para poder viver.
Bueno, diabos.
Mas se ele parasse de trabalhar,
seu tempo acabaria,e sua morte seria imediata.
Então ele começou a trabalhar como louco
até com certo gosto.
Acontece que esse tempo ganho,
nunca ultrapassou o tempo de expediente.
Pois é amigo, o tempo é curto e o sistema usurpador.
Chupa seu tempo e sua vida como uma vadia profana.
O que fazer? Se entregar e subemeter-se?
Ou resistir e morrer com honra?
Diabos, eu sei lá.
Eu só queria salvar a cidade. Hahaha!
Você não é especial!
O quão cheio de merda você é?
O quão problemático você pode ser?
Não conhece limites?
Quem não aprende em casa, aprende no soco.
Uma lição sobre ser impulsivo:
Não se trata de nada especial.
É só sobre você e seus desejos.
Você não é especial.
Estar de bem com você mesmo não lhe garante os dentes na boca,
Satisfação pessoal envolve saber lidar com a ausência dessa.
Uma lição sobre violência.
Uma lição sobre violência,
tem a ver apenas com você e sua auto estima,
sua satisfação pessoal.
Tudo novo
Me sinto um completo forasteiro nessas coisas,
essas coisas de sentimentos, essas coisas de verdade.
Mesmo depois de tudo que passei,
mesmo tendo sofrido e aprendido tudo da pior forma.
Algo me diz: Cautela
Algo me diz: Você errou
Algo me diz: Isso aí, vai em frente
Algo também me diz: Você está se enganando
Então eu digo: Foda-se, eu sei me virar.
Acho que estou muito bem na verdade.
A dramatização faz parte do minha maneira de levar as coisas,
de enfrentar os problemas, e me sentir um cowboy no final.
Tomando um shot de algo forte e deslizando o copo no balcão.
Eu posso não estar sendo muito generoso,
mas não vou iludir você.
Eu posso ser meio duro, um casca grossa,
mas não vou iludir você.
Me conhece, eu sou assim.
Você me faz bem, logo nunca vou querer te fazer mal.
Gosta de mim? Eu gosto de você.
Me ama? Eu tenho medo. As coisas são assim.
Mas nunca tive melhores expectativas quanto a isso.
Você tem sido a melhor. E isso vale muito.
Vou te recompensar, eu prometo minha querida.
Minha chata, bêbada maldita, meu pedaço de luz.
essas coisas de sentimentos, essas coisas de verdade.
Mesmo depois de tudo que passei,
mesmo tendo sofrido e aprendido tudo da pior forma.
Algo me diz: Cautela
Algo me diz: Você errou
Algo me diz: Isso aí, vai em frente
Algo também me diz: Você está se enganando
Então eu digo: Foda-se, eu sei me virar.
Acho que estou muito bem na verdade.
A dramatização faz parte do minha maneira de levar as coisas,
de enfrentar os problemas, e me sentir um cowboy no final.
Tomando um shot de algo forte e deslizando o copo no balcão.
Eu posso não estar sendo muito generoso,
mas não vou iludir você.
Eu posso ser meio duro, um casca grossa,
mas não vou iludir você.
Me conhece, eu sou assim.
Você me faz bem, logo nunca vou querer te fazer mal.
Gosta de mim? Eu gosto de você.
Me ama? Eu tenho medo. As coisas são assim.
Mas nunca tive melhores expectativas quanto a isso.
Você tem sido a melhor. E isso vale muito.
Vou te recompensar, eu prometo minha querida.
Minha chata, bêbada maldita, meu pedaço de luz.
Um ou outro
Eu não sei qual o problema
nem sei se há um.
Só "sei que nada sei",
mentira, foi uma piada.
Eu até sei de algumas coisas,
mas nem vem ao caso.
Minha mente tem trabalhado de mais ou está definhando.
Não sei dizer se na minha cabeça estão se passando mil coisas
ou se na verdade não estou pensando nada de mais.
É difícil definir, pois as vezes sinto-me um presunçoso
considerando "grande coisa" o que penso,
mas as vezes me ponho como um preguiçoso
sabendo que estou deixando tudo de lado, desconsiderando.
nem sei se há um.
Só "sei que nada sei",
mentira, foi uma piada.
Eu até sei de algumas coisas,
mas nem vem ao caso.
Minha mente tem trabalhado de mais ou está definhando.
Não sei dizer se na minha cabeça estão se passando mil coisas
ou se na verdade não estou pensando nada de mais.
É difícil definir, pois as vezes sinto-me um presunçoso
considerando "grande coisa" o que penso,
mas as vezes me ponho como um preguiçoso
sabendo que estou deixando tudo de lado, desconsiderando.
Velho maldito
1
Era aproximadamente onze horas da manhã quando o velho acordou, não por falta de sono, mas sim de cortina em sua janela. O sol em sua cara já não dava tréguas. Visualizou as ultimas bebidas disponíveis em sua memória, que havia tomado na noite anterior e balançou a cabeça em sinal de reprovação. Mas não se enganem. Aquele velho maldito não se arrependeu de ter bebido tanto, nem de ter misturado as bebidas, aliás, isso é um mito. Se você sabe beber, você realmente sabe beber. Ele se arrependia por ter bebido e passado mal. Sempre que tinha noites terríveis, se mordia de arrependimento por não ter feito acontecer uma ótima farra ou algo do gênero. Sentia-se uma mulherzinha por passar mal e desmoralizado por vomitar em público (de novo). Era uma espécie de “honra bêbada” que ele prezava.
Levantou num pulo e sentiu o estômago lhe infligindo o castigo pela noite anterior. Ignorou seu órgão e seguiu até o banheiro. Olhou seu rosto no espelho e pensou: “seu maldito, está acabado. Bebendo como uma mulherzinha é?”. Botou a cabeça de baixo da torneira, se molhou e secou-se. Bagunçou o cabelo molhado e foi até a cozinha. Uma camisinha usada na mesa, ao lado de algumas garrafas caídas com a marca da cerveja que escorrera até o chão. Cheiro de cerveja quente. Pegou-as e atirou na grande lixeira, enjoou-se com o cheiro do lixo e vomitou por cima das garrafas, fechou a lixeira.
2
Precisava agora, após acabar com o podre de dentro do seu estômago, de muita água. Abriu a geladeira e não havia nada gelado, exceto o velho pedaço de queijo, daqueles que ficam duros com o tempo, e se quiser comer um pedaço de madeira com gosto de queijo, à vontade. Indignado, foi até a torneira da cozinha e bebeu água da torneira. Bebeu como um condenado. Encheu mais um copo e foi até a minúscula sacada, sentou-se contra a parede que protegia do sol e botou a mão no bolso de sua camisa procurando por cigarros. Achou um maço todo maltratado. Pegou um cigarro amassado e ascendeu-o mesmo torto, tinha a ponta voltada para baixo. Ficou sentado em sua cadeira da sacada após fumar seus últimos quatro cigarros, com calma, lentamente. Quando se sentiu nauseado buscou mais água. De repente na volta até cozinha deparou-se com uma mulher apenas com as roupas de baixo, maquiagem forte e borrada, cabelo desarrumado e cara de moça insaciável. Ela sorriu e veio em sua direção como quem vai dar um abraço. Ele sem entender nada, apenas a recebeu, abraçou-a e olhou por de trás de suas costas para baixo. Nádegas grandes e brancas, sua preferência. Gostou do que viu e concluiu que “quem quer que seja essa mulher, a noite anterior havia sido ótima. Aprovado”.
De novo, de novo, de novo e de novo!
Já é a terceira ou quarta vez
que a maldita raiva me traz aqui.
Falta de paciência e um desgosto "dostoiévsko"
eu queria ir pra bem longe de toda essa gente.
Fabricação de mula?
Caralho, eu não mereço.
Depois não entendem porque as pessoas bebem.
É de desgosto das coisas que as outras falam.
E como elas falam.
Quando um "parênteses" se torna um discurso,
e esse discurso acaba com o seu, sem querer (o pior de tudo),
notamos o QUANTO as pessoas falam de mais.
E bobagem.
que a maldita raiva me traz aqui.
Falta de paciência e um desgosto "dostoiévsko"
eu queria ir pra bem longe de toda essa gente.
Fabricação de mula?
Caralho, eu não mereço.
Depois não entendem porque as pessoas bebem.
É de desgosto das coisas que as outras falam.
E como elas falam.
Quando um "parênteses" se torna um discurso,
e esse discurso acaba com o seu, sem querer (o pior de tudo),
notamos o QUANTO as pessoas falam de mais.
E bobagem.
Está ficando louco?!
Eu realmente acho que estou enlouquecendo
E só o que me afasta desses pensamentos,
É pensar que os loucos não se reconhecem como tais
E que deve ser uma paranoia minha com isso.
Grande merda, não estou louco,
Estou apenas paranoico. Óh que conforto.
Merda fria por merda quente.
Daqui a pouco vai ser um alívio ser esquizofrênico também.
Tenho criado todo um romantismo
Em torno dessa minha situação de merda,
Mas não me agrada nenhum pouco
Saber que posso estar perdido.
Estou sendo testado?
Vou testar a mãe de quem faz isso comigo.
Por que infligir tão cruel flagelo
E me deixar sem saber o motivo?
Coisa de quem não tem o que fazer, é certo.
Deus? Se for ele, não me surpreende.
Sempre imaginei que tentaria me foder,
Ou tentaria me enlouquecer em favor de sua causa.
Seria tudo isso uma questão de reflexão?
Eu já reflito normalmente mais do que meu cérebro aguenta processar.
Realmente, não faz sentido. Estou envolvido até a fundo.
Chego a criar uma identidade dentro desse inferno,
E quase praticas sociais para lidar com a loucura
Mas é claro, não pode sair da minha cabeça.
Ou me julgariam mal
Ou se ofenderiam
Ou não me entenderiam.
Também não pode sair dessa merda de escrito.
Obrigado.
Inércia Devassa
Sabem a tal da inércia?
Pois é. Já sentiram?
Pois é. É difícil de entender no início.
Facilmente confundida com qualquer coisa mais profunda,
Mas a verdade é que não vale nada.
Vaga e simplória; apenas nos sentimos assim.
Como se nada tivesse acontecido,
Como se nada estivesse acontecendo,
Como se nada fosse acontecer.
Claro que relacionamos a muitas coisas,
E acabamos confundindo-a.
Mas não se enganem.
Saibam que quando sentirem isso:
Não há nada de especial em você. Não por isso.
É só um nada meio desagradável.
Banhemo-nos em nossas devassidões cruas
E tentaremos aproveitar melhor tudo isso.
Nada disso.
Tiro no pé
Será que somos masoquistas?
Será que só o impossível importa?
Ou não importa o que nos importa,
e apenas dançamos a música conforme ela está escrita?
Será que só o impossível importa?
Ou não importa o que nos importa,
e apenas dançamos a música conforme ela está escrita?
Que se dane a música e como ela foi escrita,
eu sempre distorço cada nota e quebro os tempos com síncopes.
Acabo com tudo como sempre.
Vamos falar então da nossa vaidade
e da síndrome de guerreiro valente.
Corremos atrás do bem estar,
e quando o temos, jogamos fora.
Coisa imbecil de quem não tem mais nada pra fazer,
dramatizando cada ato, desperdiçando cada segundo,
só para se sentir o centro das atenções e provar para si que é o cara.
Devo ser masoquista mesmo, e me odeio por isso.
No entanto não faço nada para mudar.
Preferia ser um asno idiota e não conseguir enxergar,
a ser esse "perfeito-canalha" com minha pessoa.
Perfeito pela presunção de me achar um aventureiro;
Perfeito pela presunção de me achar um aventureiro;
Canalha por dar um tiro no pé.
Eu me daria murros na própria cara, para corrigir certas coisas, se não fosse o fato de que em resposta, tomaria de mim um gracioso, elegante e imponente tapa de luva. Ou seja, mesmo drasticamente, algumas coisas são impossíveis de corrigir. Ao menos é o que parece.
Só mais um título vazio e cheio de palavras
Que o que eu tenho em mãos agora
seja o suficiente para ter em mãos
o que, no futuro eu vou querer esmagar,
botar fogo, e cuspir em cima.
É claro que, é mesmo, muito complicado para as pessoas terem a consciência plena de sua presente situação. É comprovado que o bêbado maldito na hora, não sabe o que está
fazendo. No outro dia ele se arrepende. Não digo nem pelo fato do álcool ter falado por ele. O ser humano não sabe administrar o presente.
fazendo. No outro dia ele se arrepende. Não digo nem pelo fato do álcool ter falado por ele. O ser humano não sabe administrar o presente.
Não há nomes na história que foram "homens de seu tempo", a não ser Luís XIV
da França com o "L'État c'est moi" (O estado sou eu). Ele foi o cara, e sabia
em que contexto estava inserido - hahaha -. Mas na maioria das vezes, e a história nos contempla mostrando isso, o ser humano não tem noção de seu papel no tempo.
da França com o "L'État c'est moi" (O estado sou eu). Ele foi o cara, e sabia
em que contexto estava inserido - hahaha -. Mas na maioria das vezes, e a história nos contempla mostrando isso, o ser humano não tem noção de seu papel no tempo.
Já o passado é uma maravilha. É muito fácil analisar em que você errou ou julgar um sujeito qualquer. O passado é ótimo nisso, claro. Também está cheio de nostalgias, nojentas. Sim, nostalgia sempre me deu uma sensação de nojo, tanto o sentimento quanto a palavra.
Mas voltando ao raciocínio, eu acho que sou mesmo um falastrão por querer, com tudo isso, dizer apenas que eu não sei se estou fazendo o certo, mas tomara que sim. Tomara que eu não pense no futuro: "coitadinho de mim, eu não sabia o que fazer, eu fui pelo caminho errado, eu bebi de mais e estou com problemas, eu fumei de mais e tenho câncer, eu gastei minha saúde trabalhando de mais, tentando tirar mais de mim do que eu podia dar, e agora estou aqui, velho, barrigudo, (careca não, aí estaria chutando o balde), doente, sem dinheiro, e sozinho".
Tomara que o que estou fazendo agora, seja exatamente o que vai me fazer ser feliz no futuro. É isso que eu espero e não posso afirmar se estou no caminho certo, pois se assim o fizesse seria um mentiroso sujo e maldito. Oh yeah.
O sangue ferve de raiva
Ultimamente andei pensando em algo e descobri que,
comparar o jeito com que eu faço as coisas,
com a "maneira especial e diferente" que as outras pessoas as fazem,
um dia ainda vai me matar com um acesso de raiva.
É insuportável ficar parado.
Se não tenho certeza não faço.
Tento pensar antes e esperar o momento certo.
Isso mata de ansiedade,
mas observar como as pessoas metem o pé na jaca,
de maneira convicta e precipitada
é pior que o inferno,
me dá gastrite e dor de cabeça.
Se eu tivesse forças eu esmagaria um crânio com as mãos.
Só pra salvar essa pessoa de ser uma idiota,
só pra livrá-la da idiotice de achar que está certa
e impedi-la de me causar vergonha alheia, saindo por aí de peito estufado.
Ah como eu queria ter uma arma.
Mas psicopata como eu sou, é bom que seja assim.
Deus não dá asas à cobras.
Por outro lado dá armas aos porcos.
hahahaha!
comparar o jeito com que eu faço as coisas,
com a "maneira especial e diferente" que as outras pessoas as fazem,
um dia ainda vai me matar com um acesso de raiva.
É insuportável ficar parado.
Se não tenho certeza não faço.
Tento pensar antes e esperar o momento certo.
Isso mata de ansiedade,
mas observar como as pessoas metem o pé na jaca,
de maneira convicta e precipitada
é pior que o inferno,
me dá gastrite e dor de cabeça.
Se eu tivesse forças eu esmagaria um crânio com as mãos.
Só pra salvar essa pessoa de ser uma idiota,
só pra livrá-la da idiotice de achar que está certa
e impedi-la de me causar vergonha alheia, saindo por aí de peito estufado.
Ah como eu queria ter uma arma.
Mas psicopata como eu sou, é bom que seja assim.
Deus não dá asas à cobras.
Por outro lado dá armas aos porcos.
hahahaha!
O que eu faço?
Eu não sei em quem descontar.
Eu mal posso controlar.
Eu não sei se consigo deixar
Que se vá essa raiva maldita.
Que se vá, para algum lugar.
A bebida não vai fazer parar.
Não consigo mais expressar.
A bebida só faz piorar.
O QUE EU FAÇO? hahha
Eu mal posso controlar.
Eu não sei se consigo deixar
Que se vá essa raiva maldita.
Que se vá, para algum lugar.
A bebida não vai fazer parar.
Não consigo mais expressar.
A bebida só faz piorar.
O QUE EU FAÇO? hahha
Estou bueno
Estou bem, estou muito bem pra quem quer arrancar a cabeça fora.
Sinto náuseas, ok? Isso é bem. Bem nojento.
Eu me mordo de raiva. Isso é bem para você?
Legal, eu poderia estar bem pior agora.
Eu poderia não ter nenhuma confiança,
e me sentir sozinho.
Então eu paro e penso e imagino,
e sei que vi seu ultimo sorriso.
E ganhei seu ultimo beijo dado,
e acredito mesmo nisso.
Posso estar me contorcendo de raiva,
morrendo de ódio,
sentindo náuseas de ciumes,
mas ainda assim, eu acredito em algo maior.
Isso é bem pra você?
Comparado ao inferno onde já estive,
é bem, é muito bem.
Cuidado onde for vomitar
Maldita sensação desconfortável,
de volta me enchendo o saco.
Esquentando a cerveja,
fedendo novamente.
Eu pensei que tinha feito tudo certo.
E agora maldição?Como mandar isso para o inferno?
Lobo solitário funciona?
Ao menos da para tentar enganar a maldição.
Penso nisso, é uma boa ideia. Faço cena muito bem.
Mas e quanto ao medo? Bem, eu sou o medo.
Medo de tudo praticamente.
Não medos reais;
medos platônicos e banais;
medo de perder, mede de ter, medo de amar,
medo de parecer algo que não sou.
Que merda, por que estou escrevendo isso?
Apenas serve para desabafar e deixar tudo ok,
mas a quem quero enganar? Isso vai continuar aqui.
Entalado, enlatado, ralado ou sólido, como atum velho.
Pior que essa droga faz mal se misturado com bebida.
Da ultima vez vomitei no mínimo umas 17 vezes.
Ah, aquelas garrafas amigáveis,
sempre me abandonavam no final da noite e me deixavam com o atum.
Fiz tanta merda que nem me lembro mais.
O pior é que ficaram marcas, que servem pra lembrar,
então minto, eu me lembro sim. Gostaria que não fosse assim.
Mas é bom, assim aprendemos a vomitar no lugar certo, hahaha.
Mas sério, uma coisa é certa:
Fazendo merda toda hora, vomitando e tacando o foda-se
uma hora vamos sujar um lençol com vômito,
e quando manchar, daí pra frente, vai estar sempre lá,
toda a porcaria que fizemos, vai aparecer numa mancha suja.
Suja como nossas mãos, suja como a consciência.
Por mais que eu não me arrependa,
eu ainda sinto vergonha.
Por mais que sinta vergonha,
não quero acrescentar nenhuma gota a mais disso.
Fazer as coisas certas, oh yeahbitches.
Maldito
Esse é o jeito maldito,
o jeito mal visto.
Eu odeio o que ama
e amo o que odeia,
e é estranho porque isso me contradiz.
É um jeito expulso
bem do tipo chutado.
Eu fui banido do céu
banido do seu céu.
As pessoas gostam de banir as outras;
falso sentimento de poder;
mas elas regozijam-se com o ato,
banindo até seus cachorros mais fiéis.
De um sorriso bonito e finja bem,
você não será escurraçado,
mas vai chegar a hora de sorrir para o diabo,
ele não terá pena do seu...âmago. Haha.
Me sinto meio perdido, droga, o que fazer?
Eu fui amaldiçoado mesmo.
Insensato
Não culpo você por me expor ao ridículo
nem por me fazer correr por aí desesperado.
A culpa sempre será minha,
esse sempre serei eu, descontrolado apenas.
Hoje estou bem melhor;
hoje consigo me esconder
atrás de atitudes ruins;
atrás de frases imbecis;
que podem magoar a todos,
mas melhor perder alguém
que perder a conduta, não é mesmo campeão?
Meus princípios estão me cercando,
minhas vontades me sabotando,
meus anjos me amaldiçoando
e os demônios vão observando tudo
corroendo meu fígado.
Já estão agindo por conta própria
malditos sanguessugas.
Se metem nos assuntos que não lhe dizem respeito
e acabam fodendo minha mente.
Se podessemos voar simplesmente,
bater asas e voar,
seriamos felizes, por alguns intantes ao menos
poderiamos fugir de todos os problemas
mas não podemos, vivemos no mundo real
onde não há asas para nós, cobrinhas malditas.
há o álcool, que nos deixa alto.
No final, só não quero perder a conduta,
não quero me rebaixar,
quero ser o Batman,
mas ninguém nunca vai me entender.
Não preciso de muita coisa,
contanto que tenha tudo que quero.
Acredite, não é muito.
Fim de uma tarde.
Ele sabia que não duraria muito,
sua sobriedade estava com as horas contadas.
O clima teve sua contribuição,
lógico, tudo tem sempre alguma culpa.
O céu estava azulado, com algumas nuvens
estufadas de soberba e pretensão.
A tensão vagava no ar seco da tarde,
algo estava prestes a se quebrar
(além da sobriedade claro).
A cerveja chegou a sua mesa
Olhou para ela, serviu.
Agora ele tinha a cerveja servida
e essa linha fica vaga.
.
.goles pequenos
.
O gosto não estava perfeito,
mas o fato de estar gelada já fazia valer o dinheiro,
quando a moça chegasse para jogar palavras foras
ele não mais pensaria no gosto da cerveja.
. goles maiores
.
Ela iria se atrasar
Ele sabia
Todo mundo se atrasa
Ele sempre chega antes
Mas nunca fica sozinho
Sempre tem um copo
Sempre tem algo melhor pra fazer
do que ficar aqui escrevendo.
Ah, pro diabo, quer saber?
Vou terminar minha cerveja.
(No fim ela não se atrasou, ta bom assim?)
Diário Maldito
Não culpo você por todas as noites ruins
Não culpo você por me destruir desse jeito
Não culpo você por nada disso
Enfim, não culpo a sua mãe por ter lhe feito assim
E nem por rasgar meu coração de tal forma
Tão cruel
Não culpo você pelo tempo perdido
Não culpo você por ser meu amigo
Nem pelas noites em claro
Que vaguei sem direção
As noites em claro, é claro
Tiveram seus proveitos,
Seus encantos e seus prantos
Seus encantos e seus prantos
Às vezes eu preciso me sentir daquele jeito, para saber o que é real
Sentindo-me vivo por algumas horas apenas
Morto pela vida inteira
Vivo apenas por fora
Apenas por alguns goles
É claro que valeu à pena
Por maior exagero que seja, é só isso que eu tenho.
Tao forte a nossa dor, mas o nosso remédio é tao sincero
Quase chega a ser ruim
Quando o certo se torna errado
Vim parar aqui neste lado
Onde ate os demônios são adorados
Onde eu nunca pensei ter dançado
Não penso em dançar novamente
Não espero que tudo volte atrás
Mas só quero seguir em frente
Seja lá onde for
Pelo bem ou até mesmo pela dor
O caminho que seguimos sempre será o mesmo
Mas eu não me orgulho de certas coisas
Por mais que cheguemos até o fim
Certas pessoas nunca vão acreditar
E fica no ar a pergunta
Que nunca nos será respondida
Existem coelhos na Jamaica?
Quer saber?
Foda-se.
Gian Ruschel, Romulo Telles e Tiago Spinato.
Gian Ruschel, Romulo Telles e Tiago Spinato.
A confissão mais sincera do mundo
É tudo faz de conta
Como o nosso desapego.
É tudo um mar de rosas,
que fazemos questão de mandar para o inferno.
Como o nosso desapego.
É tudo um mar de rosas,
que fazemos questão de mandar para o inferno.
Não podemos nos deixar levar
nem pelas rosas, nem pelo mar,
nem pelo inferno que insiste em nos queimar
e que nos conforta a todo instante.
nem pelas rosas, nem pelo mar,
nem pelo inferno que insiste em nos queimar
e que nos conforta a todo instante.
O limite é logo ali, em uma linha tênue e misteriosa.
Atrai-nos, pois aconchega, nos assusta por ser perigosa.
Atrai-nos, pois aconchega, nos assusta por ser perigosa.
Só o que nos destrói é esse medo.
Medo de ser tarde de mais.
Medo de perder as forças.
Medo de tentar,
de se deixar levar.
Medo de arriscar,
covardes por opção
Até que ponto vai chegar?
Medo de ser tarde de mais.
Medo de perder as forças.
Medo de tentar,
de se deixar levar.
Medo de arriscar,
covardes por opção
Até que ponto vai chegar?
Um dia essa tempestade vai passar
E quem sabe o tédio nos corroa
E a solidão não seja mais, tão boa.
O arrependimento virá como um soco
Rápido e violento
De surpresa como o vento
Que levou a oportunidade
Que levou nossa dignidade
E quem sabe o tédio nos corroa
E a solidão não seja mais, tão boa.
O arrependimento virá como um soco
Rápido e violento
De surpresa como o vento
Que levou a oportunidade
Que levou nossa dignidade
Maldito que não se deixa levar
Maldito seja ele que é um bobo chorão
Idiota e estúpido que tenta se enganar
Que não se permite regalias
Que precisa provar
Para sempre, para todos e para si.
Que é forte como um lobo solitário
Quando na verdade ele não passa de um tagarela
Burro e imbecil.
Maldito seja ele que é um bobo chorão
Idiota e estúpido que tenta se enganar
Que não se permite regalias
Que precisa provar
Para sempre, para todos e para si.
Que é forte como um lobo solitário
Quando na verdade ele não passa de um tagarela
Burro e imbecil.
Ah Batman, cadê você?
Mask of Sanity
No que consiste esse prazer inútil?
Qual o fundamento de se privar de tudo?
Não deve ser apenas medo
É alguma burrice gigante.
Mesmo as maiores idiotices
contém um fundo de razão.
Mesmo inconscientes
podemos andar na contra mão
e no fim chegarmos ao destino
e encontrar o que precisamos.
Blá blá blá.
Eu não passo de um falastrão,
um tagarela fodido
que quer escrever com o coração doído
gasto e ferido, vivendo sua ilusão.
Fétida e podre.
Nojenta e maldita.
Eu sei o caminho para fora,
mas me privo disso, pois sou forte haha!
A doçura é para os fracos.
O conforto, nem se fala.
Eu sou um burro que imagina isso
como a verdade absoluta
O pior de tudo: eu sei que verdades absolutas
não existem!
E agora?
Odor, a dor.
Esse é o caralho.
Pessoas pensam o mal;
pessoas acreditam nos seus interesses.
As pessoas me dão nojo,
pois pensam em fazer uma lasanha
no final de semana, com a família,
quando os ignoram no restante dos dias.
O que eu tenho é a cerveja
e alguma compania mediana.
Eu sei que estou falido
para sempre e sempre e sempre...
Mas eu confesso que,
no momento estou feliz e confortável.
Na verdade eu não me importo.
Eu sei que eu tenho alguns problemas,
mas eu odeio eles,
assim eu os ignoro até o fim.
Não os trato, porque eu tenho é odio
odio de tudo isso que está podre.
Me refiro ao meu interior
destruído, morto e fedido.
Um lixo imundo produtivo,
eu sempre tento o melhor de mim
e eu sempre dou um passo certeiro
certeiro, bem em cima da merda.
Na verdade eu tento muito,
sou um cara que tenta
sim, eu tento de mais.
Na verdade eu sou uma droga
Foda-se. Eu tenho a boca suja mesmo. Porra.
Isso é um título, isto é uma verdade:
O mesmo gosto eu ainda sinto,
hoje mesmo ele surgiu.
O primerio e ultimo gosto. Iguais.
Eu sei que é o fim.
Quem é que lhe toma as chaves de casa?
Alguém que não te quer alí,
ou alguém que lhe queira como um todo,
que lhe queira para todo e sempre,
e para sí só. Amén...doin.
São incompreendidos,
Perdidos na nossa selva vital,
sanguessugas que nos chupam.
Não querem nosso mal.
Todo mundo precisa;
alguns negam;
namorados e namoradas se enganam;
você apenas guarda;
quem o tem, é considerado louco,
por desfrutar o que os outros não podem ter;
inveja maldita e chifruda.
É isso: um tempo consigo mesmo.
Esse é o gosto de estar livre.
Esse é o gosto de estar sufocado
à instrínseca forma que nos sutenta,
condenados a aproveitar a solidão.
Não quero isso no fim,
eu quero isso agora!
Eu sei que só terei no fim.
Droga, seria esse o fim?
O Rapaz e a Vagabunda
O rapaz estava escorado de costas no balcão do bar, onde esperava pelo seu copo de cerveja gelada. Onde esperava se livrar do calor, onde esperava se livrar temporariamente dos problemas, onde esperava ter alguma esperança para a noite.
O copo era gigante – para um copo é claro – e cabia nele uma garrafa inteira de cerveja. Daqueles copos que são lindos de se ver, transparentes, transparecendo o quão gelada era a cerveja e o quão amarelo-dourada ela era com sua espuma em cima. De fato, linda. Daqueles copos que esquentam toda a cerveja se mantê-lo cheio em sua mão por muito tempo. Daqueles que te obrigam a beber de verdade, como ele gostava.
O garçom tocou seu ombro alcançando-lhe o copo. O moço pagou e sentiu-se deliciado antes mesmo de tomar o primeiro gole. Colocou o copo à altura de seus olhos, olhou para ele contra a luz do bar, apreciou a beleza temporária daquilo que lhe traria um pouco de paz e desceu o copo a altura do peito novamente, olhando agora de cima para a espuma. Bela espuma, primeiro contato com o gole que já estava lhe causando ansiedade, pois toda a perspectiva da noite começaria com aquele gole, e ele sabia que as coisas não ficariam monótonas àquela noite, tudo se encaminharia.
Então ele balança levemente seu copo em sentido circular e entorna. Ele aprecia, degusta, e engole o melhor gole da noite, com olhos fechados. Quando os abrisse após o gole, tudo estaria bem, tudo ficaria em paz. Eis que desce a cerveja, ele abre os olhos e vê chegando em sua direção a vagabunda. Pronto. Era só o que faltava. Toda a mitificação em torno da cerveja e do primeiro gole vão para o inferno. Esqueçam tudo que foi dito sobre isso. Ele sente a ultima parcela do gole, amarga, como a visão que tem. Ela estava ali de novo, após meses escondida em seu inferno privado.
_Olá – fala o rapaz, forçando uma espontaneidade e alegria inexistente, enquanto levanta o copo em sinal de saudação.
_Oi – responde a vagabunda, em contraste com o rapaz. Nada pomposa, mas também nada sincera – Você por aqui? – Agora sim, um sorriso desconcertante e falso, tão falso que um cachorro se incomodaria com aquilo. Mesmo assim desconcertante.
_Acontece. De vez em quando eu venho mesmo, mas e você? – toma outro gole, lento e paciente, dessa vez sem conseguir se concentrar na cerveja, mas demorando a tirar o copo da boca, em sinal de pouca consideração com a vagabunda. Ele sabia que aquilo a deixava possessa – Pensei que estivesse ocupada. O que faz aqui?
A puta olhando para o chão dessa vez, dando a notar um ar de desapontamento – obviamente de propósito – respira fundo e ergue novamente o olhar para o rapaz e diz de maneira sincera:
PARTE 2
_Eu vim aqui para me encontrar com o Luciano. – a Vagabunda fala então tornando a olhar para o chão, dessa vez sentindo-se um pouco envergonhada – Vamos conversar sobre eu e ele.
Então o Rapaz toma um gole rápido, esboçando um sorriso maldoso, transparecendo o gosto pela situação em que a Vagabunda se encontrava. Enquanto enfiava a mão no bolso da camisa para pegar um cigarro falou:
_Até por onde eu sei não há nada de sensato em uma conversa quando você está envolvida nela.
_De novo isso?
_O quê?
_Vai querer conversar e discutir sobre as coisas que aconteceram?
_Droga. Não entendeu? Não há nada de sensato em uma conversa com você. Menos sensato seria começar a discutir algo com sua pessoa.
_Já está discutindo – disse soltando um sorriso, como quem diz, “há, eu venci”. Desconcertante novamente.
O Rapaz então se sente atordoado. Acha humilhante o fato de ter perdido o controle tão facilmente frente à Vagabunda. Tentava manter-se firme o tempo todo, mas sem perceber levantou o tom de voz no meio da discussão e ele sabia que essas coisas sempre aconteceriam. Estava além dele, controlar-se perto dela. Foram dois minutos de conversa, no máximo, mas ele sabia que se decidisse prolongar uma conversa com ela, estaria perdido. Então tomado por uma raiva interior que guardava e escondia muito bem, falou:
_Ok, eu perdi. Vou até ali ouvir o blues de perto – enquanto falou isso passou pela Vagabunda desarrumando o cabelo dela, e ele sabia que, ninguém, nunca havia tornado isso um gesto tão íntimo quanto eles dois no passado. Ele sabia que ela não resistia a isso. Passou, bagunçou o cabelo da Vagabunda com o cigarro na boca e deu as costas dizendo de longe – Até depois. Maldita. Até outra hora.
Ele prosseguiu até a mesa que estava vaga em frente ao palco minúsculo onde um homem branco tocava blues, com um violão, slide e gaita de boca. O som era competente, a voz do homem era ótima para cantar, não exatamente para o blues, mas estava tudo certo. O rapaz notava tudo isso. Também notou um grande esforço do homem para tentar fazer daquilo um blues de verdade. De fato dava para se passar por um blues, mas o homem branco sabia, bem como o rapaz, que aquilo não era profundo. O Rapaz também notou uma enorme falta de pegada naquele blues, então pensou “Porra, esse homem branco não deve ter sofrido nada nessas ultimas semanas. É só mais uma apresentação acústica por alguns trocados. Merda, isso não é um blues, isso é uma merda”.
Então o rapaz nota que alguém tira seu chapéu por trás e fala:
_Oi. De novo.PARTE 3
Então o rapaz nota que alguém tira seu chapéu por trás e fala:
_Oi. De novo.
O rapaz sentiu que a Vagabunda voltara e dessa vez parou ao lado de sua cadeira, ficando de pé, escorando o quadril magro em seu ombro.
_Veio atrapalhar a minha vida mais um pouco? – disse o Rapaz olhando para cima, mirando os olhos da Vagabunda.
_Você bagunçou no meu cabelo – disse a Vagabunda de forma que o Rapaz notou que algo havia acontecido de verdade, como previra.- Agora vai ter de me aguentar mais um pouco, até o Luciano chegar. – disse enquanto escorava-se com a mão na cabeça do Rapaz, amassando seu chapéu.
Ela olhava sorridente para o palco. Não estava olhando para o homem branco, nem para o violão, nem para a gaita, nem para a maldição das caixas de som. E para confundir a mente do Rapaz, o sorriso era definitivamente sincero. Notava-se que ela não olhava para nada, que estava com o pensamento longe. Quem sabe estivesse no passado dos dois?
Então o Rapaz alcança-lhe o copo de cerveja, oferecendo-lhe um gole. Os dois permaneceram de lado um para o outro. Não se olhavam, na verdade pareciam evitar isso. Ela estende a mão e pega o copo com o braço esquerdo sem tirar a mão do cabelo do Rapaz. Nesse instante ouve-se uma voz dizendo:
_Não tínhamos combinado que você não beberia mais? Legal não? Estamos recomeçando bem.
Era quem a Vagabunda esperava. Ela largou o copo na mesa, desencostou-se do Rapaz, e virou-se sem paciência para o terceiro. Dizendo:
_Olá, pega uma mesa para nós, vou me despedir dele.
Enquanto isso o Rapaz fica em silencia, sem se mover, olhando para o cara branco que tocava o falso blues, com o pensamento muito longe daquela merda falsa. “Quem porra esse cara pensa que é? Eu juro que nunca vou entender essa idiota”
_Tchau cara – diz ela, secamente, porém desapontada com alguma coisa – nos falamos outra hora espero.
_Adeus
_Adeus não, tchau.
_Tchau.
_Adeus. Nunca nos veremos mais.
_Você sabe que não é verdade. Você sempre aparece de volta para me atormentar.
_É verdade, eu acabo com a tua vida.
Então nessa hora o cara volta da mesa que escolhera e segura a Vagabunda pelo braço, puxando-a.
_Vamos logo! – disse de mau humor.
Ela sacode o braço se livrando da mão dele, mas segue-o sem discutir.
PARTE 4
Era noite, por volta das 23:00 horas, o Rapaz se encaminhava para seu velho apartamento sujo, onde morava com seu amigo Bizarro. Bizarro era um cara u pouco... Bem, o nome já diz. Ele era confuso e criava uma galinha. Era uma confusão encantadora. Ele era O cara. Ele vivia escrevendo. Só fazia isso.
Certa vez, andando perto de um beco escuro, presenciou um assassinato. O cara que morreu tinha uma maleta, antes de morrer estava ao telefone e falava:
_Alô! Alô! É da polícia? Vão me matar, mas foi o cara que estará com a maleta!
_Alô! Alô! É da polícia? Vão me matar, mas foi o cara que estará com a maleta!
O homem ao telefone recebeu algumas facadas. O ladrão olhou para trás e lá estava Bizarro, parado, fumando. Por algum motivo, o ladrão só fugiu, deixando a maleta para trás. Claro que é uma história mal contada, é horrivelmente mal contada, mas foi isso que Bizarro contou. Ele era péssimo em contar histórias. Em suma, ele ficou com a maleta cheia de dinheiro, se demitiu, e até então – havia já uns dois meses – vivia para escrever. Desorganizado, cheio de manias, um velho ranzinza, uma criança idiota. Ele realmente escrevia bem. Já o Rapaz, também gostava muito de escrever ele tentava, tentava muito, mas era uma droga, essa era a verdade.
_Caaaara – disse o Rapaz, entrando no apartamento. – mulher é um bicho do demônio!
_Sim cara, diga algo que eu não saiba – ele estava atirado ao sofá assistindo televisão. Provavelmente estava cansado partindo da visão que se podia ter: No chão, ao lado do sofá, havia vários copos descartáveis com restos de café e uma garrafa de rum. Também estava a máquina de escrever e um monte de papel amassado, rasgado e engasgado na máquina. – Algo que eu não saiba, cara.
_Comi a sua mãe – disse o rapaz enquanto abria uma cerveja.
_Disso eu já sei
_Me desculpe. Cara, eu vou parecer um cara durão agora: Quase briguei com um cara.
_Me parece mais um gay.
_Eu sei. Droga, eu sou um frouxo. Devia ter destruído ele, ele era um covarde, no entanto eu fui um tanto covarde.
_Cara, me traz uma cerveja?
_Você é um inútil – disse o Rapaz se levantando e indo até a geladeira.
_Eu sei, me perdoa cara. Mas me diz, o que houve?
O rapaz atirou uma garrafa de cerveja para Bizarro, sentou-se novamente e disse:
_Houve uma discussão idiota e um banho de cerveja no cara.
_Você atirou cerveja nele? – Então Bizarro levantou-se, ficando sentado, demonstrando empolgação.
_Sim cara, e era dos copos “masters”. - Disse o Rapaz mostrando a medida do copo com a mão.
_Tá bom, tu é O cara então, nem precisava ter batido nele.
_Sabe como é. É como um muro. Eu sei que agi muito melhor sem ter começado uma briga, eu tenho total consciência disso. O cara nem sabia o que falava direito. É um néscio. Uma porta. Mas eu gostaria de não pensar tanto às vezes. Aposto que teria doído muito menos, se eu tivesse socado a cara dele, do que socar esse muro que, sempre que acabo agindo de maneira sensata, tenho que socar, pra me acalmar e engolir os fatos.
PARTE 5
_Você tem que relaxar.
_Não.
_Ok. Não. Vai lá e pega ele. É isso que você vai fazer?
_Não.
_Então? Relaxa.
_Ok.
Terminaram de beber suas cervejas em silêncio. Pegaram mais uma cada um e foram até a sacada fumar alguns cigarros, também em silêncio. Nesse momento o Rapaz pensava sobre sentimentos e banalidades como, amor, paz, alegria, tristeza, ódio, vida...
“O amor é como o cigarro. Desfrutamos um pouco dele, mas sempre se esvai nos deixando um gosto ruim.”
“A alegria é um copo de bebida praticamente vazio. Uma bebida deliciosa, mas que está sempre pelo último gole. Acaba rapidamente. O mais bizarro de tudo isso, é que sempre nos passam o copo quando esse está praticamente vazio”.
“O ódio, no entanto, é durador, está sempre comigo. Não me esqueço das feridas passadas ou das punhaladas de amor. Meu fígado ainda sente pelas noites a fio que passei bebendo rum direto da garrafa, tentando ser forte, tentando provar a mim mesmo que nada daquilo era importante. Não me esqueço do final de cada noite, na sarjeta, como não me esquecerei dos amigos que tive ao meu lado.”
“A intenção era esquecê-la. Ou pior, creio que sempre soube que não iria esquecê-la, independente do que fizesse e mesmo assim me atirei no mar de álcool, me enganando, tentando acreditar que aquilo me traria paz. Dias difíceis. Noites frias.”
O Rapaz, apesar de todo aquele sentimento de ódio não era uma pessoa rancorosa de verdade. Não desejava o verdadeiro mal às pessoas. Não guardava uma mágoa para vingar-se depois. Já não acreditava mais em vingança. A única mágoa que guardava, era a que apodrecia seu coração e lhe havia transformado em uma espécie de monstro. Mas vou frisar: Ele era um monstro apenas no tocante ao amor. Ele só guardava uma mágoa profunda. Uma apenas.
No passado havia desejado a vingança. Uma vingança moral, uma vingança deteriorante, a qual fizesse uma espécie de massagem em seu ego. Tudo o que queria acabara acontecendo. Algo mudou dentro de seu peito? Não. Continuou o mesmo idiota chorão que lembrava de coisas erradas nos piores momentos, e depois descontava todos seus problemas sentimentais privando-se de qualquer regalia emocional.
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