segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Trying

É tão irritante conviver com certas pessoas hoje, pois uma das coisas que mais magoa e incomoda é ser ignorado ou ser tratado de forma simplória. Ninguém mais é especial pra ninguém, o que faz com que todos sejam frios e medíocres.

Tudo isso não passa de medo. Medo de se envolver, de se machucar, de ficar sozinho no final. Acontece que passam machucados e sozinhos durante a maior parte do percurso, sem aproveitar a viagem, imaginando um possível destino, um final.

Ainda, como consequência disso, as pessoas adoram "deixar passar". Deixar as pessoas passar por suas vidas, deixar as amizades passar, as paixões, as oportunidades e os amores e histórias em potencial - que nunca vão acontecer. Por preguiça, por não querer demonstrar sentimento, não se abrir e por medo. Deixar passar é o que as pessoas fazem.

Acontece que vira um ciclo e todo mundo passa a agir como escroto com todo mundo.

A gente deveria tentar mais. Desistir das pessoas e das oportunidades é a coisa mais senso comum numa sociedade líquida e "pós-moderna". É por isso que eu quero ser, no mínimo a filosofia entre o mar de desistência do senso comum. Me chamem de louco, mas eu acho que é isso mesmo.

terça-feira, 3 de maio de 2016

Peso

Isso é um peso. Enquanto eu não consigo definir continuará sendo só um peso.

Sempre consegui lidar com as dificuldades e adversidades da vida. Resolver os compromissos, por maiores que fossem, nunca foi problema.  Certas vezes precisava de um tempo pra mim. Descansar das coisas cotidianas, é normal.

Hoje, eu preciso de um tempo pra mim, pra descansar desse peso. Fugir de mim, me afastar disso que, de certa forma, está em mim. É difícil. E o que eu faço com as coisas da vida cotidiana? Como lido com minha vida em um mundo comum, como lido com outras pessoas?

Esse peso vem me atrasando. Fazendo com que eu seja outra pessoa. Fazendo com que eu trate os outros de maneira equivocada, ou espere algo de quem não tem nada pra oferecer.

Eu tenho deixado a desejar em diversos âmbitos em que antes eu era, no mínimo, razoável.

Eu não consigo melhorar, me curar, voltar a ser eu. Muito menos aceitar esse novo eu como algo possível.

Algumas coisas mudam, outras não. Não posso aceitar ter mudado para a mediocridade. Não é porque estou sozinho que devo viver pela metade. Eu sempre odiei pessoas-pela-metade. Nunca gostei de meio-pessoas. Por que diabos eu tenho sido? E quando não sou, sempre estrago tudo ao meu redor.


Eu só vou continuar. Continuar até quando der. Vou até onde vai dar pé. Na esperança de que esse peso fique para trás. Se sou eu quem devo me livrar dele, ou é outra pessoa que irá me libertar, eu não sei. Só vou continuar.

domingo, 1 de maio de 2016

Esperança

Esperança é tudo que me resta, só é difícil entender qual a força que a criou.
Dentre todas as possibilidades, essa é a menor de todas. De onde eu tirei a ideia?
Tão platônico, tão estúpido! Estatisticamente impossível!
Tão errado e ainda assim me conforta a pequena possibilidade de tê-la em meus braços.

Não deveria estar romantizando tanto. Não vai ser fácil, mesmo que dê certo.
Se tudo ocorrer como o esperado será o caos.
Ao menos não estou naquela caverna de tempos passados.
Aquela que me deixou sem perspectivas. Eu tenho uma vontade, eu tenho um destino.
E dessa vez o caminho não me parece tão importante quanto a chegada.
É minha utopia, é meu mundo das ideias. Basta transcender.

Tão pequena e tão complicada. Presa à suas condições. Tão sofrida.
Mesmo assim tão brilhante. É como uma luz que consegue resistir à qualquer escuridão.
Se for mesmo assim, também vai me iluminar e expulsar todos os fantasmas.
Provavelmente estou sendo um tolo, mas ela é tal qual minha esperança:

Tão pequena, tão sofrida e mesmo assim, tão brilhante.
É necessária.

Se ela se for, eu sei que nunca a tive.
Ao menos a esperança esteve comigo, como a luz que ela carrega consigo.

Até as 3 e meia, e depois até o abrir os olhos.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Not Workin' on a Dream

Pensamento inicial: Devo ser o tipo de cara que mais irritaria qualquer filosofo que se prese. Nietzsche me chamaria do estereótipo de seus niilistas. Um tipo forçado que nega os ideais e também o mundo da vida. Complicado. No mínimo curioso.
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O que me falta é a empolgação e a emoção em torno de algo. Consigo sempre me mover, levando em conta as adversidades, sempre consegui. Porém, desse vez não é como se estivesse apenas "manco", para conseguir superar e seguir em frente de qualquer forma. É como se tivessem tirado minhas pernas fora e dado para os cães comer.

Não consigo olhar para nenhum horizonte e não há ambição alguma.

O futuro é apenas nebuloso e obscuro, e todas as utopias estão mortas. Mesmo assim, falando de forma nietzscheana, mesmo sem as muletas metafísicas, não consigo aproveitar e viver esse tal "mundo da vida". Não me compreendam mal, às vezes surgem fagulhas de tesão pela vida, potência de agir... Não quero morrer, nem nada do estúpido desse tipo, não é por aí.

Eu torço, a cada notificação, a cada possibilidade de novidades, para que seja algo empolgante, e/ou emocionante. Algo que me dê novas expectativas, que me dê um bom motivo para correr atrás, porém é só soco na cara, porrada, tombo... Só aparecem fantasmas para me machucar. Nunca há ninguém novo. Não alguém que preste. E se houver, não virá como substituição de novo horizonte; não conseguirá prometer nada e trazer novos sonhos.

Preciso - pra já - eliminar qualquer ideia que sugira sonhos que não existem. Eliminar falsas opções. Parar de fingir algumas coisas para mim mesmo e começar a fazer as perguntas corretas: Quem sou eu? O que me dá medo? O que me alegra e me da potência de agir? Qual seria o pior desfecho possível nessa história toda?

A partir disso devo me achar novamente. Encontrar o eixo que me fará ser EU. Colocar o trem de volta nos trilhos. Parar de navegar cegamente. Acho que devo chamar isso tudo de TRABALHAR EM UM SONHO, por mais que esse encontre-se obscuro; por mais que quando comecei a escrever isso a ideia era outra, como mostra o título.