terça-feira, 6 de maio de 2014

Dias de cão

Como disse o velho Hank, "...quando me abaixo para colocar os sapatos de manhã, penso, Deus todo-poderoso, o que mais agora?".

Eu juro que me sinto assim;
Ontem não foi o meu dia, hoje também não.
Provavelmente a semana vai ser difícil. Que droga.
É tão difícil sair de casa as vezes.

Quando me abaixo de manhã
para colocar os sapatos e amarrar os cadarços;
da uma vontade imensa de ficar lá em baixo;
de não levantar mais;
ficar derrotado mesmo;
pouparia o esforço.

Nesses dias eu só fico pensando o que será de mim;
o que mais vai ter pela frente.
São dias ruins, seguidos de dias de cão.
Sinceramente, eu torço nesses dias, para que todos,
mas, todos os obstáculos pela frente desejem me dar uma chance,
recuando, e me dando um tempo a mais para me recompor.
Eles nunca recuam.

As vezes é tão difícil sair de casa e enfrentar os obstáculos...
Que droga.


terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Burrice ou Inteligência.

Por que será? Me diz, por que será? Que a gente cruza o rio atrás de água, e diz que não está nem aí.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Sou o que faço

Não é aquilo que eu sou por dentro que me define,
e sim aquilo que eu faço.
Eu posso morrer de amores por você,
mas posso ser o miserável que vai acabar contigo.
Eu posso pensar todo dia no seu fim,
e no final das contas salvar a sua vida.

Não são os sentimentos que ficam me agonizando aqui dentro,
que vão mudar a sua ideia sobre minha pessoa,
e sim o que eu te disser e demonstrar.

Uma vez me disseram o contrário.
Que eu tentava ser outra pessoa,
e que por dentro eu era outra coisa.
Besteira.

Não importa o quão louco eu me sinta,
e nem o quanto eu chore quando estou sozinho.
Eu vou ser sempre o mesmo cara, 
com a cara esculpida em madeira.
Duro como pedra, sombrio e vigilante.

Eu sou a noite e nada me afeta.
Apenas me retiro no final, para deixar alguma luz entrar.



segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

O homem no estojo

"O professor do ginásio saiu do galpão. Era um homem de pequena estatura, gordo, totalmente calvo, de barba negra até quase a cintura; e com ele saíram dois cães.
_A lua, mas que lua! - Disse ele, olhando para cima.
Já era meia-noite. À direita, via-se a aldeia toda, a rua comprida estendia-se para longe, por umas cinco verstás. Tudo estava mergulhado num sono misterioso e profundo; nem um movimento, nem um som, é difícil até acreditar que na natureza pode haver um silêncio assim. Quando, numa noite de luar, se vê uma larga rua de aldeia, com suas izbás, montes de feno, salgueiros adormecidos, faz-se um silêncio dentro d'alma; nesse seu repouso, oculta nas sombras da noite dos labores, preocupações e desgraças, ela é cândida, triste, bela e parece que até as estrelas olham para ela com carinho e encantamento, e que já não existe o mal na terra, e que tudo está bem. À esquerda,na beira da aldeia, começava o campo. ele era visível bem de longe, até o horizonte, e em toda a vastidão desse campo, inundado de luar, também nada se movia, nem um som."

Tchékhov